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Olhares Sul-Rio-Grandenses sobre a educação de jovens e adultos e a educação popular

Págs.: 256
Edição: 1ª
Formato: 14x21 cm
Idioma: Português
Lançamento: 2016
ISBN: 9788582000502

Organizadores: Vilmar Alves Pereira e Sicero Agostinho Miranda

Autores: Agda Antunes Balduino, Daiane Ferreira Ferreira, Elaine Corrêa Pereira, Flávia Luciane Pinheiro Gonzales, Jacqueline R. Carrilho Eichenberger, Lisiane Costa Claro, Luciane dos Santos Avila, Luciane Oliveira Lemos, Mariene da Costa Colares, Mariza de Sena Rodrigues, Rita de Cássia de Duarte, Roberta Avila Pereira, Rodrigo de Assis Brasil Valentini, Tania Mara Oliveira, Vagner Viera de Souza, Vanessa Alves Vargas, Vanessa Silva da Luz, Veridiana Gomes Caseira, Volnei Fortuna

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Charles Pimentel da Silva

ESTA OBRA TRAZ UM POUCO DA HISTÓRIA, das concepções e das realidades da educação popular e da educação de jovens e adultos (EJA) no Brasil, no estado do Rio Grande do Sul e principalmente na cidade de Rio Grande e comunidades adjacentes.

Ricas contribuições à temática emergem de análises de leis, normas e/ou resoluções federais, estaduais e municipais, de teorias educacionais e também de vivências em projetos de educação popular, pré-universitários e outros, como o Projeto Olhares Sul-Rio-Grandenses; o Projeto Educação para Pescadores, e o Projeto NEEJACP Prisional na PERG, este em espaço carcerário.

O caminho para a emancipação da sociedade via educação popular supõe, como se evidencia num dos capítulos deste livro, uma contramarcha da barbárie. Não é à toa que aqui se discute: a avaliação tradicional classificadora e a propensão à reprovação; a articulação de currículos com o pensamento freireano; o perfil do educando popular; o acesso e permanência de comunidades tradicionais na universidade; a arte nos espaços de pré-universitários populares, através da cultura, do teatro e das danças urbanas, e a ecologia política, em torno de questões ambientais, com experiências de comunidades quilombolas de Oriximiná, no estado do Pará.

A pedagogia é sem dúvida parte importante de um processo de mudança social. Ao estimular, por exemplo, a afinidade entre os conceitos de educação popular, politecnia e formação humana, chega-se à interdisciplinaridade para a diversidade e a inclusão que um dia será melhor entendida por todos, e permitirá a jovens e adultos, da ilha, do campo e das periferias das cidades, participarem efetivamente do mundo e por este serem reconhecidos como seres humanos, sobretudo histórico-sociais.

Apresentação

Os organizadores,
Rio Grande, outono de 2016

OS ESTUDOS QUE COMPÕEM ESTA OBRA SÃO O RESULTADO DE UM ESFORÇO de compreendermos melhor os fundamentos da educação de jovens e adultos (EJA) e suas contribuições para nossas pesquisas e vivências neste terreno. De certa forma, traduzem diferentes olhares sobre diversas experiências, tanto no contexto do Projeto de Extensão Olhares Sul-Rio-Grandenses como em outros espaços educacionais.

Na Primeira Seção: EJA no Contexto da Formação Continuada de Professores, logo no primeiro capítulo intitulado "Educação de jovens e adultos: história, concepções e realidade", procuramos compreender como a educação de jovens e adultos (EJA) constituiu-se historicamente no Brasil, no estado do Rio Grande do Sul e na cidade de Rio Grande. Para tal, abordamos alguns conceitos teóricos e as concepções epistemológicas que permeiam essa modalidade de ensino, discorrendo sobre a história de forma a enfatizar as políticas públicas criadas para atender a essa demanda educacional. A análise é realizada a partir das leis, normas e/ou resoluções federais, estaduais e municipais. Nesse bojo, cabe explanar sobre a realidade da EJA em comunidades de pesca no Rio Grande do Sul, destacando-se a cidade de Rio Grande, a qual possui o maior contingente de pescadores do estado.

O capítulo segundo, "Concepção de educação e o compromisso do educador da EJA no contexto do Projeto Olhares Sul-Rio-Grandenses da Educação de Jovens e Adultos", propõe-se dar vida a uma experiência formativa ocorrida no contexto do projeto em questão, o qual foi desenvolvido em parceria entre a Universidade Federal do Rio Grande, a Secretaria da Educação do Rio Grande e a 18ª Coordenadoria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul. O projeto teve financiamento no âmbito do Plano Nacional de Educação de Professores da Educação Básica voltados à EJA na Diversidade e Inclusão, onde realizamos ao longo de 2 anos uma experiência com mais de 180 educadores entre os municípios de São Jose do Norte e o Chuí.

O terceiro capítulo, "Projeto Olhares Sul-Rio-Grandeses na Formação Continuada de Jovens e Adultos: refletindo sobre avaliação no processo educativo", aborda as contribuições de se pensar a avaliação no contexto escolar, especificamente na modalidade da educação de jovens e adultos a partir da vivência no projeto recém citado. Constatou-se que a avaliação tradicional deixou marcas na trajetória escolar dos educandos; que ainda existem práticas educativas que utilizam a avaliação somente para a classificação do educando, o que, por vezes, causa desestímulo podendo, infelizmente, levar o educando muitas vezes a desistir de estudar.

Já o quarto capítulo, "Problematizações sobre currículos, articuladas com o pensamento freireano", resulta de nossos estudos teóricos sobre o currículo escolar e apresenta reflexões sobre o que é peculiar ao currículo, não sendo este um elemento inocente e neutro, mas implicado em relações de poder, a partir do qual a identidade do grupo de professores e da direção é expressa.
O capítulo quinto, "O perfil atual do educando da educação de jovens e adultos no município de Rio Grande: contribuições para o rejuvenescimento", prima pela horizontalidade na pesquisa, na elaboração e na construção dos dados aqui apresentados. Foi escrito a várias mãos, mãos que nos acompanham na incansável caminhada por compreender melhor o perfil atual dos educandos da educação de jovens e adultos (EJA) no município de Rio Grande.

A Segunda Seção: EJA no Contexto da Educação Popular, começa pelo capítulo sexto, "A educação popular na contramarcha da barbárie: reflexões sobre as práticas vivenciadas no Pré-Universitário Popular Quinta Superação". Nele, os autores tecem algumas reflexões no que concerne a possibilidades potencializadas nas práticas educativas e apresentam os desafios encontrados no contexto do Pré-Universitário Popular Quinta Superação, vinculado ao PAIETS/FURG.

Continuando, no capítulo sétimo, "Educação popular: PAIETS Indígenas e Quilombola", discute-se acesso e permanência das comunidades tradicionais na Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Para as comunidades indígenas, o ingresso ocorreu no ano de 2010 e para os remanescentes quilombolas no ano de 2013, respaldadas pela resolução nº 020/2013, do Conselho Universitário (CONSUN), na qual cria-se o Programa de Ações Afirmativas (PROAAF), em substituição ao Programa de Ações Inclusivas (PROAI).

No oitavo capítulo, "A experiência da prática educativa no campo da arte e da cultura numa ótica de educação popular: vivências no contexto do PAIETS", tem-se por objetivo compreender quais as possibilidades de se trabalhar com a esfera artística nos espaços de pré-universitários populares, através da cultura, como o teatro e as danças urbanas.

O capítulo nono, "A interdisciplinaridade como ferramenta de formação humana num pré-universitário popular", busca abordar de forma prévia a relevante relação de afinidade existente entre os conceitos de educação popular, politecnia e a formação humana, numa busca que se constitui na prática e na teoria, ou seja, em uma ação/reflexão/ação que acontece em pré-universitários populares constituintes do PAIETS.

No décimo capítulo, "Compartilhando experiências da EJA para pescadores no Taim", visa-se colaborar na construção de um currículo para a educação de jovens e adultos. Tal discussão emergiu quando adentramos esse campo de trabalho e sentimos muita necessidade em nos aprofundarmos no tema, porém encontramos pouca referência a experiências no trato com público adulto, do campo, e especialmente pescadores.

A Terceira Seção: Outros olhares sobre a EJA, última deste livro, começa pelo capítulo onze: "A educação como (im)possibilidade de emancipação em Paulo Freire", onde busca-se discutir em que termos as ideias de Freire são referências ainda importantes para a formação dos indivíduos e para a emancipação da sociedade. Para tanto, analisa-se a educação e os desafios da atualidade e a pedagogia como processo de mudança social. Na sequência, é avaliada a produtividade de tais concepções, considerando o contexto atual da educação.

Dando sequência, o capítulo doze, "Por uma crítica contemporânea da questão ambiental: os saberes das comunidades quilombolas de Oriximiná/PA", depara-se com a ecologia política e nos traz interessantes pontos para reflexão, assim como a possibilidade de reflexão sobre a própria reflexão, ou seja, a possibilidade de rever o pensamento que move a cultura humana nos últimos séculos e que conduz a humanidade por toda a modernidade e nos constituiu até desembocar em uma espécie de beco sem saída, no que trata das questões ambientais.

O capítulo treze, "O desafio de acreditar na EJA no espaço carcerário: criação do NEEJACP Prisional na PERG", relata a experiência da autora como assessora da EJA na 18ª Coordenadoria Regional de Educação (gestão 2011/2014) diante do desafio de criação do Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos e Cultura Popular. A Professora Stella da Costa Berssouat atuou no NEEJACP Prisional, na Penitenciária Estadual de Rio Grande (PERG). Desvelando as possibilidades frente aos obstáculos oriundos do desconhecimento deste processo de criação e do caminho a ser percorrido, esta experiência se constituiu a fim de proporcionar aos indivíduos com privação de liberdade o direito à EJA como educação popular, com passos qualitativos na compreensão do ser humano como ser histórico-social.

É com muita satisfação que apresentamos essa obra aos diferentes leitores do campo da educação de jovens e adultos, desejando uma proveitosa, prazerosa e crítica leitura.

 

Sumário

Apresentação / 9
PRIMEIRA SEÇÃO: EJA NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO CONTINUADA
DE PROFESSORES
I. Educação de jovens e adultos: história, concepções e realidade
Sicero Agostinho Miranda, Elaine Corrêa Pereira, Vilmar Alves Pereira / 21
II. Concepção de educação e o compromisso do educador da EJA
no contexto do Projeto Olhares sul-Rio-Grandenses da
Educação de Jovens e Adultos
Vilmar Alves Pereira, Luciane Oliveira Lemos / 47
III. Projeto Olhares Sul-Rio-Grandeses na Formação Continuada
de Jovens e Adultos: refletindo sobre avaliação no processo educativo
Mariza de Sena Rodrigues, Vilmar Alves Pereira / 63
IV. Problematizações sobre currículos, articuladas com o pensamento freireano
Tania Mara Oliveira, Vanessa Alves Vargas, Vilmar Alves Pereira / 75
V. O perfil atual do educando da educação de jovens e adultos no município de Rio Grande: contribuições para o rejuvenescimento
Veridiana Caseira, Daiane Ferreira Ferreira, Sicero Miranda / 89
SEGUNDA SEÇÃO: EJA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO POPULAR
VI. A educação popular na contramarcha da barbárie: reflexões sobre as práticas vivenciadas
no Pré-Universitário Popular Quinta Superação
Roberta Avila Pereira, Lisiane Costa Claro, Vilmar Alves Pereira / 109
VII. Educação popular: Paiets Indígenas e Quilombola
Luciane dos Santos Avila / 119
VIII. A experiência da prática educativa no campo da arte e da cultura numa ótica de educação popular: vivências no contexto do PAIETS
Agda Antunes Balduino, Vilmar Alves Pereira / 135
IX. A interdisciplinaridade como ferramenta de formação humana num pré-universitário popular
Mariene Colarres, Vilmar Alves Pereira / 151
X.Compartilhando experiências da EJA para pescadores no Taim
Rita de Cácia de Duarte, Rodrigo de Assis Brasil Valentini,
Vagner Viera de Souza, Vanessa Silva da Luz / 165
TERCEIRA SEÇÃO: OUTROS OLHARES SOBRE A EJA
XI. A educação como (im)possibilidade de emancipação em Paulo Freire
Volnei Fortuna / 181
XII. Por uma crítica contemporânea da questão ambiental: os saberes das comunidades quilombolas de Oriximiná/PA
Jacqueline R. Carrilho Eichenberger, Vilmar Alves Pereira / 213
XIII. O desafio de acreditar na EJA no espaço carcerário: criação do NEEJACP Prisional na PERG
Flavia Luciane Pinheiro Gonzales / 237
OS AUTORES / 249

 
 

 

   
   
      


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