Abas
A elevação do número de idosos não ocorre exclusivamente no Brasil. Por um lado, significa bons índices de qualidade de vida, por outro, desperta preocupações de ordem política, sanitária, de bem-estar social etc.
A contribuição desta obra está em despertar o leitor, dentro da senda do envelhecimento humano, para as inúmeras possibilidades de conviver com a população idosa.
Em vários dos 15 capítulos deste livro, diferentes sugestões de oficinas revelam o quão pouco um ser humano necessita para sentir materializada a sua existência neste mundo e ser feliz. Basicamente precisa ser notado, independente da falta de memória, da ausência no mercado de trabalho, ou das mudanças de humor...
Outros capítulos ainda apontam para as doenças mais frequentes na população idosa, como obesidade, hipertensão arterial sistêmica, diabetes melittus, aterosclerose, síndrome metabólica e estresse. Ou seja, há um conhecimento sobre as várias situações-problema que poderiam ser mitigadas em favorda longevidade, da qual todos nós vamos querer gozar um dia. Basta disso tirar algum proveito!
Contracapa
Charles Pimentel da Silva,
editor
Este livro traz vários estudos, alguns sobre populações idosas do Norte do Rio Grande do Sul, até com
correlatos nacionais e internacionais, visando pontuar debilidades do corpo e fenômenos psicossociais que o envelhecimento pode acarretar em certos momento da vida, como complicações renais, anemia, diabetes, analfabetismo, isolamento, depressão, abandono...
Quem tem muitos anos de vida também está sujeito à extemporaneidade e a desmotivações humanas daí derivadas, inclusive, precisa lutar contra aspectos patológicos ameaçantes à integridade do corpo.
A interface pretendida pelos 24 autores desta obra foi a de trabalhar as situações-problema típicas da idade avançada para restabelecer a harmonia entre corpo e mente e proporcionar uma passagem saudável e feliz pela velhice, tal como se percebe em muitos depoimentos aqui transcritos.
Dentre as técnicas utilizadas para seduzir os idosos em retomar sua autoestima, evoca-se a dança, a literatura, o autoconhecimento, a educação sexual, a nutrição, a inclusão social, o eficiente uso do espaço, o cultivo da elasticidade e até receitas financeiras para viver bem a terceira idade. Vale a pena esta leitura!
Apresentação
Os organizadores
O envelhecimento humano pode ser definido como um processo gradual, universal e irreversível, onde acontecem modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, consequência da ação do tempo e é gradual, porque não se fica velho de um dia para o outro; é universal porque afeta todos os indivíduos de uma espécie numa forma similar. As evidências indicam que o processo de envelhecimento pode ser acelerado ou desacelerado por fatores ambientais e comportamentais, mas não pode ser revertido.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, de 2010, o grupo dos idosos foi o o grupo que mais cresceu na última década, e, por sua condição, inspira cuidados.
Sob esse ponto de vista, é pertinente salientar que a promoção da saúde acontece mediante ações que viabilizam o empoderamento do indivíduo, compreendendo suas potencialidades numa sociedade que almeja desenvolver-se. É preciso que haja uma inter-relação entre pessoas envolvidas e ambientes a serem trabalhados. Assim, poderia emergir, por exemplo, um programa com ações que incentivem a construção do conhecimento da saúde individual e coletiva, visando o autocuidado.
O empoderamento é uma estratégia de desenvolvimento comunitário que busca aumentar o poder e a autonomia dos indivíduos, para que estes dirijam seus próprios destinos.
Os cidadãos precisam tomar posse deste poder que lhes é conferido, que muitas vezes é negligenciado por falta de informação. O empoderamento implica o rompimento com a lógica assistencial dominante, que privilegia o saber de um e silencia o saber de outros, a relação é de parceria e não hierárquica.
Em tempos de modernidade, "onde tudo que é solido se desmancha no ar", conforme apregoaram Marx e Engels, é preciso repensar e redimensionar o pensamento no sentido de propiciar um entendimento acerca da liquidez de todas as coisas.
Assim, este livro tem a premissa principal de dimensionar a questão da velhice num parâmetro poliédrico, para revelar as inúmeras compreensões acerca da velhice. Essa nova forma de pensar, religando os saber, redesenhando as relações entre família, sociedade e Estado em torno da velhice, visa uma rearticulação do pensamento a partir da pluralidade forjada no âmago dessas inúmeras transformações sociais desencadeadas pela modernidade. Essa nova matriz epistemológica prima por uma visão holística do envelhecimento humano para propor alternativas de mudança do paradigma da velhice no Brasil.
E assim nasceu esta coletânea Interfaces em envelhecimento humano, permeada de reflexões e ações idealizadas por docentes da ULBRA Carazinho e por profissionais de diversas áreas das ciências sociais e da saúde, convidados especiais, e que se mantêm envolvidos com o tema, bem como demonstram preocupação em vislumbrar novas possibilidades de ações significativas para nossos idosos.
Sumário
Apresentação / 7
Capítulo I - Envelhecimento humano na
Modernidade: Efetivação do princípio da
dignidade da pessoa humana
Luís Marcelo Mendes / 11
Capítulo II - Dignidade da pessoa idosa negra,
a partir do direito humano à saúde: experiência
de Passo Fundo
Luciano Nunes Belitzki, Leandra Tesser da Costa / 29
Capítulo III - Proteção social básica e grupos
de convivência: garantia de inclusão social
da pessoa idosa
Marcia Liliane Barboza Kurz, Marisa Ignez Orsolin Morgan / 49
Capítulo IV - Alfabetização na terceira idade:
um sonho possível?
Eloisa de Avila Pauletto, Rosa Maria Gomes Neuwald / 65
Capítulo V - Rodas de literapia: envelhe(s)er ao
sabor da literatura
Cristina Momberger Zanferrari / 75
Capítulo VI - Educação gerontológica para
um estilo de vida saudável
Juliana Marchiori Lara, Patricia Carlesso Marcelino / 91
Capítulo VII - ULBRATI – Uma trajetória na
promoção de saúde
Lidiane Requia Alli Feldmann / 105
Capítulo VIII - Prevalência de anemia ferropriva
em idosos institucionalizados
Elisa Locatelli Weich, César Gilmar Trojahn Filho / 123
Capítulo IX - Estado nutricional de idosos
hipertensos e/ou diabéticos
Cássia Cassol Damo, Francine Marchiori, Juliana Marchiori Lara / 139
Capítulo X - Qualidade de vida de hipertensos e
diabéticos participantes de um grupo
de idosos
Silmara Thais Mariosa, Francine Marchiori, Juliana Marchiori Lara / 155
Capítulo XI - Força muscular de quadríceps em
idosos com doença renal crônica
Bruna Klein, Lia Mara Wibelinger, Eliane Lucia Colussi / 171
Capítulo XII - Design e avaliação ergonômica
do ambiente construído: refeitório com ênfase
na usabilidade
Ana Claudia Gaicoski Pinto, Joice Cristiane Bettio / 185
Capítulo XIII - Linguagem corporal no processo
educativo estético do idoso
Patricia Carlesso Marcelino, Graciela Rene Ormezzano / 213
Capítulo XIV - Alongamentos adaptados
para idosos
Daniel Ecker Padilha, Patricia Carlesso Marcelino / 239
Capítulo XV - Receita para envelhecer
Gilmar Mantovani Maroso / 267 |