Texto de contracapa
Robinson dos Santos
Doutor em Filosofia pela Universidade de Kassel / Alemanha,
docente e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas.
Esta obra é fruto de pesquisas em torno do pensamento de Aristóteles e incursiona por temas de grande relevância no âmbito do pensar filosófico, inclusive de outros grandes nomes da história do pensamento ocidental.
É interessante notar que, por maior que seja a diversidade de interpretações que estes temas tenham encontrado em diferentes pensadores, eles recebem, em Aristóteles, uma abordagem ímpar, que nos permite sublinhar o seu caráter de originalidade e fecundidade.
Racionalidades, bem, virtudes e felicidade podem ser, pois, considerados aqui os caminhos pelos quais podemos nos aproximar da filosofia prática aristotélica. São conceitos mutuamente relacionados e considerados centrais no pensamento deste filósofo.
A leitura é recomendada não apenas aos estudantes de filosofia, pedagogia e demais ciências humanas, mas a todos aqueles que, tendo um interesse no auto-esclarecimento e no aprendizado autônomo, desejam refletir sobre o significado destes conceitos.
Texto de orelhas - Algumas frases que podem ser encontradas neste livro:
... "todos os homens, por natureza,
tendem ao saber"
(p.14)
...Não é necessário recusar uma vida prazerosa, mas é preciso que as ações não se dirijam somente para a satisfação dos prazeres (hedoné), porque estes não preenchem a essência da alma humana.
(p. 58)
...o homem não é forte sozinho, mas sim na medida em que vive em sociedade...
(p.46)
A virtude e o vício podem ser mudados na pessoa...
(p.57)
A felicidade pode ser entendida essencialmente como energia, ação ou atividade. Somente o homem ativo é capaz de realizar-se, dia após dia.
(p.44)
Aquilo que era aparentemente um mistério, torna-se passível de compreensão ... essa forma de purificação das paixões, no sentido de educação moral, como uma espécie de sublimação das paixões, mediante a eliminação do que é mau, refere-se à catarse.
(p.27)
O homem, com efeito, possui uma faculdade que os outros animais não possuem, e, por princípio, deve agir de acordo com ela: o pensamento (ou a razão).
(p.37)
...o prazer torna as atividade perfeitas, e torna portanto a vida perfeita...
(p.59)
...em um mundo inteligível "pode-se pensar como necessário um tal sistema de uma felicidade proporcional ligada à moralidade", no qual a própria liberdade seria a causa da felicidade universal.
(p.77)
Sumário
Introdução / 9
I. Formas de racionalidades em Aristóteles / 13
Do ser ao saber e agir/ 14
Racionalidades do saber e do ser / 16
A ciência demonstrativa / 16
A ciência dialética /18
A ciência física / 20
A racionalidade da metafísica / 21
As ciências produtivas / 25
As ciências práticas / 27
II. Os conceitos de bem e de felicidade / 31
Platão e a questão do bem / 32
Aristóteles: analogia entre bem e ser / 33
Sobre a função própria do humano / 36
O agir propriamente humano / 36
Os meios de ação: o deliberar / 38
Sobre o conceito de felicidade (ευδαιμονία) / 40
Felicidade e bem supremo / 40
A imanência da felicidade ao agir / 42
III. A natureza das virtudes morais / 45
O contexto e a essência das virtudes / 45
Definições acerca da virtude moral / 49
Meio-termo: a grande sabedoria / 51
Quadro das virtudes morais / 54
A voluntariedade das ações / 55
A mediania nos prazeres / 57
Felicidade pela vida contemplativa / 62
IV. Felicidade e virtude: Aristóteles e Kant / 65
Esboço geral das concepções éticas / 65
Felicidade e virtude / 71
O fim último da natureza humana e o objeto da
moralidade / 74
Referências / 81 |