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Passo Fundo, sua história

Organizador: Alessandro Batistella
Autores: Ironita P. Machado, Adriana Ferreira da Silva, Alessandro Batistella, Eduardo Roberto Jordão Knack, Tau Golin, Helen Scorsatto Ortiz, Mauro Gaglietti, Márcia Helena Saldanha Barbosa, Carlos Alceu Machado, Zélia Guareschi Fioreze, Luciane Rodrigues de Bitencourt, Márcia da Silva Jorge, Sônia Bertol, Fabíola Frosi, Aline Brandt, Loiva Otero Félix, Fausto Alencar Irschlinger, Cleide Fátima Moretto, Sandra Mara Benvegnú, José Ernani de Almeida, Márcia Fabiani, João Carlos Tedesco, Rosa Maria Locatelli Kalil, Luiz Roberto Medeiros Gosch, Adriana Gelpi, Jaqueline Corazza, Ana Paula Wickert, Haroldo Loguercio Carvalho, João Vicente Ribas
Págs.: 469
Edição: 1ª
Formato: 16x23 cm
Idioma: Português
Lançamento: 2007
ISBN: 9788589769389

r$ 49,90

 

 

 

 
   

Texto de contracapa

 Esta obra reúne estudos de profissionais, dentre eles doutores e mestres, de diversas áreas do conhecimento (história, sociologia, geografia, economia, literatura, jornalismo, arquitetura e engenharia), sobre a história do município de Passo Fundo, que completou 150 anos de emancipação política. Enfatizando a interdisciplinaridade, a temática dos artigos é variada, abordando, por exemplo, os segmentos sociais marginalizados da história local (indígenas, caboclos, escravos e operários), a formação dos latifúndios e as disputas pelas terras na região, a dinâmica territorial do município, a história sociopolítica e econômica da cidade, a formação da mídia impressa, a censura e repressão durante o regime militar, a religiosidade popular, a cultura local, os debates em torno do patrimônio histórico e do gauchismo e a identidade simbólica passo-fundense. Uma sociedade que não conhece e/ou não preserva a sua história é uma sociedade sem identidade. Com o objetivo de oportunizar o conhecimento da história local num prisma não-elitista e não-positivista e semear na sociedade debates até então restritos ao mundo acadêmico, este livro é leitura obrigatória a todos aqueles que se interessam pela história regional, não apenas intelectuais, pesquisadores, professores e alunos, mas também a população da região como um todo.

 
 

Texto de orelha

Há poucos anos, a história do Norte do Rio Grande do Sul era escrita, quase unicamente, por historiadores auto-didatas e eruditos preocupados com a memória da região. Tais estudos, ricos em informações, faziam, porém, uma abordagem cronológica e episódica, registrando personagens de destaque social. Em outras palavras, relatavam a história de vencedores, de homens brancos civilizados, de grandes empreendedores, de heróis locais etc. (uma história das elites e para as elites). De qualquer maneira, esses registros constituíram o primeiro impulso para que pesquisadores informados e com aportes teóricos e metodológicos atuais se debruçassem sobre a história de Passo Fundo e região. Desde então, os estudos sobre a região têm mais cientificidade, graças, em larga medida, às pesquisas da Universidade de Passo Fundo, particularmente às pesquisas de professores e egressos do Programa de Pós-Graduação em História, que vêm reescrevendo a história do Rio Grande do Sul, do Brasil e mesmo as relações com o exterior a partir do Planalto Médio. Esta obra reúne diversas dessas pesquisas e aborda temas diversos, desde os gerais até os pouco estudados, o que faz fluir documentos, vozes da história viva e personagens sociais até então pouco considerados e, ainda, promove o constante diálogo da história com outras áreas do conhecimento. Isso para mostrar à sociedade passo-fundense um pouco mais sobre a sua história e a sua identidade, além de debater questões e problemas contemporâneos da cidade.

 
 

Prefácio

Ana Luiza Setti Reckziegel,
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação
em História da Universidade de Passo Fundo

Há apenas alguns anos a história do norte do Rio Grande do Sul tinha como referência praticamente única os trabalhos de historiadores autodidatas e de alguns eruditos preocupados em registrar a memória da região. Nesses estudos, ricos em informação, privilegiou-se a história numa abordagem cronológica e episódica e registro de personagens de destaque. Esse material, fruto de uma época, constituiu o primeiro impulso para que  pesquisadores informados com aportes teóricos e metodológicos atuais se debruçassem sobre a história de Passo Fundo e região.

O panorama historiográfico sobre a região tem-se modificado, desde então, de forma significativa graças, em larga medida, aos trabalhos de pesquisadores ligados ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Passo Fundo. Reescrevendo a história do Rio Grande do Sul, do Brasil e mesmo as relações com o exterior a partir do Planalto Médio, uma nova geração de historiadores têm contribuído para explicar o Norte rio-grandense.

Em poucos anos de existência o Programa de Pós-Graduação em História da UPF foi responsável por gerar cerca de uma centena de trabalhos de pesquisa sobre temas variados que englobam o movimento de ocupação da região, as relações de poder, as estruturas econômicas, as manifestações culturais, entre outras temáticas.

Esta obra organizada por Alessandro Batistella, Passo Fundo, sua história – Volume I vem contribuir para que as pesquisas recentes ganhem publicação e contribuam para o avanço da compreensão da história da região. Muito mais do que interpretar a história de Passo Fundo, os textos que compõem este livro mantém uma imprescindível articulação entre os vários níveis da escala que compõem o saber histórico. Assim, o Norte rio-grandense não está limitado por variáveis geográficas, visto que a interpretação histórica lhe confere contornos que ligam os acontecimentos locais com as conjunturas estaduais, nacionais e internacionais.

Em 150 anos de existência, os passo-fundenses ganham um belo presente: o esforço deste jovem mestre e promissor historiador que se dedicou a compor esta obra que, sem dúvida, já se constituiu numa  referência informativa e formativa para a historiografia regional.

O capítulo de abertura da obra, Cidade na história e a história na cidade, de Ironita P. Machado e Adriana Ferreira da Silva, muito apropriadamente situa a discussão teórica acerca do significado da história na cidade, refletindo questões tais como a identidade, as vivências e o sentimento de pertencimento que constituem a cidade. As autoras não se detêm no âmbito localista, mas apontam para as questões da cidade numa escala de articulações amplas com o contexto que envolve sua história e que remete à própria história da nação.

Trabalhando numa perspectiva de reconstrução do cenário passo-fundense, Alessandro Batistella e Eduardo Roberto Jordão Knack reportam-se, em Antologia do município de Passo Fundo: a cidade e a região durante os séculos XVII, XVIII e XIX, ao processo de formação fundiária na região, destacando que o apossamento foi regra. Apontam, ainda, para a necessidade de retomada do estudo de grupos sociais até agora insuficientemente analisados, tais como os caboclos e os escravos, que nos idos de 1859 perfaziam mais de 20% da população local.

O terceiro capítulo, Passo Fundo do território caingangue, de Tau Golin, aborda a conquista do espaço caingangue/guarani no Norte do Rio Grande do Sul. O autor defende a tese de que a ocupação dessa área visava consolidar o Estado-nação à custa da usurpação do território milenar. Em pesquisa aprofundada em documentação primária, Tau Golin revela que o termo faxinação foi usado naquele momento para justificar o genocídio dos povos autóctones.

Helen Scorsatto Ortiz, em Passo Fundo ao tempo das sesmarias e da Lei de Terras de 1850, discute como se deram as posses de terras no Planalto Médio: “em nenhum momento fazia-se necessário comprovar que os campos pretendidos não estavam ocupados por outros indivíduos ou grupos”. Se a posse era facilitada, a regularização da propriedade via Lei de Terras constituiu-se problemática devido à morosidade dos procedimentos e o custo dos trabalhos técnicos e burocráticos.

Filho de escravo, escravo é? Notas sobre a história de Felipão: um texto de Mauro Gaglietti, Márcia Helena Saldanha Barbosa e Carlos Alceu Machado, constitui um interessante ensaio de microistória, no qual os autores investigam o indivíduo Felipe João da Silva, negro, filho de escravos, que de tropeiro tornou-se proprietário.

Zélia Guareschi Fioreze, Luciane Rodrigues de Bitencourt e Márcia da Silva Jorge, em Passo Fundo: 150 anos e a dinâmica do território, reconstituem o processo de fragmentação do município através dos movimentos de emancipação e constatam que Passo Fundo originou dezesseis municípios de sua área territorial original. As autoras discutem com propriedade os reflexos dessa fragmentação não somente sob a variável geográfica, mas apontam, também, as conotações econômicas e políticas desse contexto.

No sétimo capítulo, O surgimento da mídia impressa no município de Passo Fundo – os primeiros 50 anos, Sônia Bertol e Fabíola Frosi recuperam a memória da imprensa passo-fundense desde o surgimento do Echo da Verdade, em 1890, fundado pelos integrantes do Clube do Toco de Vela, até os veículos de comunicação dos anos 1930.
A Revolução de 1923 e a transição do governo de Borges de Medeiros para Getúlio Vargas na região de Passo Fundo, de Aline Brandt, constitui um apontamento dos principais acontecimentos políticos na região desde o problemático desfecho da Revolução de 1923 até a transição do poder estadual de Borges de Medeiros para Getúlio Vargas. A autora destaca a atuação do líder passo-fundense Nicolau de Araújo Vergueiro e sua estreita  ligação política com Borges.

Loiva Otero Félix debruça-se sobre Passo Fundo para evidenciar que a cidade também foi um espaço de violência e que a política, o poder e a justiça agiam como detentoras de tal pressuposto. Em Política, poder e justiça: violência e criminalidade sob os coronéis e no caso Creso, a autora recompõe os bastidores de um assassinato no qual o implicado tinha certeza da impunidade. As diferentes reações das autoridades e escalões de poder repercutiram o caso, que ultrapassou o âmbito local e transformou-se em um rumoroso processo.

O capítulo Passo Fundo, passos verdes marcados: o integralismo no Norte do estado, de Fausto Alencar Irschlinger, trata do integralismo na região na década de 1930, evidenciando que a conquista de adeptos passou pela utilização do aparato cultural, formativo, de entretenimento e ritualístico.

Alessandro Batistella escreve O movimento operário e sindical em Passo Fundo (1930-1945): resistências, movimentos sociopolíticos e a consolidação do circulismo, evidenciando como foi a estruturação do movimento operário na cidade e analisando as mobilizações grevistas – dos ferroviários, dos marceneiros, da carne. No mesmo espectro de análise cruza o sindicalismo com o circulismo e analisa a influência do Ministério do Trabalho e da Igreja Católica sobre tais manifestações.

Cleide Fátima Morettoredige o capítulo XII, A história econômica do município de Passo Fundo à luz de seu desenvolvimento socioeconômico, onde discute as correlações entre os sistemas produtivo e social do município com aportes importantes sobre a prevalência do setor terciário e a concentração de renda.

A política partidária e as relações de poder são os objetos do texto O PTB e a nova configuração do poder em Passo Fundo no pós-1945, no qual Sandra Mara Benvegnú tece um quadro repleto de informações inéditas sobre o campo do político, com destaque para a ascensão, as fissuras internas e a queda do PTB, no pós-1964.

Denuncismo e censura nos meios de comunicação de Passo Fundo (1964-1978),de José Ernani de Almeida também tem como pano de fundo histórico os anos que se inauguram com o golpe civil-militar de 1964 e a progressiva implantação da censura e da repressão aos meios de comunicação em Passo Fundo. Numa bem fundamentada pesquisa empírica, o autor demonstra que a epidemia denuncista foi um triste expediente utilizado pelo regime para calar as vozes contrárias à ditadura.

Márcia Fabiani aborda a história de Maria Elizabeth e o processo de construção de sua santidade no imaginário popular-religioso em Passo Fundo: mais que terra de passagem, terra da santinha Maria Elizabeth de Oliveira: a santa de casa que faz milagre.

O capítulo Passo Fundo e a produção do território pós-anos 1950: migração e urbanização, fruto do trabalho realizado pelos pesquisadores João Carlos Tedesco, Rosa Maria Locatelli Kalil, Luiz Roberto Medeiros Gosch, Adriana Gelpi  e Jaqueline Corazza,  aborda os indícios das dinâmicas de migração e êxodo rural e o desempenho da urbanização em Passo Fundo. Os autores apontam que nos 150 anos do município este se consolidou como pólo regional, no entanto, levantam questões e apontam soluções que poderiam servir para otimizar este perfil.

A cultura da (não) preservação do patrimônio histórico em Passo Fundo (ou onde o novo é sempre melhor que o antigo), da arquiteta Ana Paula Wickert, traça uma discussão conceitual rica sobre a questão do patrimônio cultural e aponta para a história da arquitetura local, cuja preservação material significa a preservação da própria cultura desta sociedade.

Em direção similar está o trabalho Patrimônio histórico cultural: considerações sobre o centenário de Passo Fundo (1957), de Eduardo Roberto Jordão Knack, que analisa, a partir de uma marco cronológico-comemorativo, as realizações políticas e econômicas das elites locais como herança simbólica que foi sendo absorvida no imaginário social através da representação de uma memória do progresso.

Passo Fundo do centenário ao sesquicentenário: quê significados? é o capítulo XIX, elaborado por Haroldo Loguercio Carvalho, que discute as representações contidas nesses dois marcos comemorativos em termos de elementos constituidores da identidade local, apresenta significativos e levantamentos sobre população, educação e economia local.

No capítulo A história do gaúcho de Passo Fundo: a legitimação do gauchismo na historiografia do município nos séculos XX e XXI, João Vicente Ribas faz uma análise da apropriação do discurso gauchesco como produção dos campos cultural e político. Questiona o modo da construção do gaúcho de Passo Fundo no imaginário popular  como uma ilusão bem fundamentada.

Encerrando a obra, o texto de Tau Golin, Identidade gentílica e capital simbólico, traz a arguta provocação do historiador: o gaúcho constitui um o grupo social que nunca existiu em Passo Fundo. Afinal, reflete o ensaio, qual é a identidade dessa sociedade? Tem esta uma identidade? Ou é forjada episodicamente?

Sumário

Prefácio / 7

I – A cidade na história e a história na cidade

Ironita P. Machado, Adriana Ferreira da Silva  / 15

II – Antologia do município de Passo Fundo: a cidade e a região durante os séculos XVII, XVIII e XIX

Alessandro Batistella, Eduardo Roberto Jordão Knack   / 29

III – Passo Fundo do território caingangue

Tau Golin  / 65

IV – Passo Fundo ao tempo das sesmarias e da Lei de Terras de 1850

Helen Scorsatto Ortiz   / 81

V – Filho de escravo, escravo é? Notas sobre a história de Felipão

Mauro Gaglietti, Márcia Helena Saldanha Barbosa, Carlos Alceu Machado  / 95

VI – Passo Fundo: 150 anos e a dinâmica do território

Zélia Guareschi Fioreze, Luciane Rodrigues de Bitencourt, Márcia da Silva Jorge  / 111

VII – O surgimento da mídia impressa no município de Passo Fundo:
os primeiros 50 anos

Sônia Bertol, Fabíola Frosi  / 135

VIII – A revolução de 1923 e a transição do governo de Borges de Medeiros para Getúlio Vargas na região de Passo Fundo

Aline Brandt  / 155

IX – Política, poder e justiça: violência e criminalidade sob os coronéis e no "caso Creso"

Loiva Otero Félix  / 165

X – Passo Fundo, passos verdes marcados: o integralismo no norte do estado

Fausto Alencar Irschlinger   / 189

XI – O movimento operário e sindical em Passo Fundo (1930-1945): resistências, movimentos sociopolíticos e a consolidação do circulismo

Alessandro Batistella  / 215

XII – A história econômica do município de Passo Fundo: evidências à luz do seu desenvolvimento socioeconômico

Cleide Fátima Moretto / 259

XIII – O PTB e a nova configuração do poder em Passo Fundo no pós-1945

 Sandra Mara Benvegnú / 277

XIV – Denuncismo e censura nos meios de comunicação de Passo Fundo (1964-1978)

José Ernani de Almeida / 297

XV – Passo Fundo: mais que terra de passagem, terra da santinha Maria Elizabeth de Oliveira: a santa de casa que faz milagre

Márcia Fabiani / 315

XVI – Passo Fundo e a produção do território pós-anos 1950: migração e urbanização

João Carlos Tedesco, Rosa Maria Locatelli Kalil, Luiz Roberto Medeiros Gosch,
Adriana Gelpi, Jaqueline Corazza / 347

XVII – A cultura da (não) preservação do patrimônio histórico em Passo Fundo (ou onde o novo é sempre melhor que o antigo)

Ana Paula Wickert / 377

XVIII – Patrimônio histórico cultural: considerações sobre o centenário de Passo Fundo (1957)

Eduardo Roberto Jordão Knack  / 401

XIX – Passo Fundo do centenário ao sesquicentenário: que significados?

Haroldo Loguercio Carvalho / 415

XX – A história do gaúcho de Passo Fundo: a legitimação do gauchismo na historiografia do município nos séculos XX e XXI

João Vicente Ribas / 427

XXI – Identidade gentílica e capital simbólico

Tau Golin / 451

 
 

 

   
   
      


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