Voltar ao início do site !Enviar um e-mail !Chamar por telefone !
Acessar o FaceBook da Méritos !

Questões essenciais da dialética em Platão

Autor: Lutecildo Fanticelli
Páginas: 144
Edição: 1ª
Formato: 14x21 cm
Idioma: Português
Lançamento: 2004
ISBN: 8589769038

Livro gratuito:

Clique para ler!'

 
   

Texto de orelha

O tema da dialética é, sem dúvida, muitíssimo relevante pela sua natureza reflexiva e cativante. O presente trabalho visa analisar a natureza desse conhecido estilo platônico de fazer filosofia, o qual é, às vezes, encarado como provocativo e, às vezes, como comprometedor e controverso. Pretendemos, a princípio, analisar o próprio processo da dialética em si, assim como a finalidade que ele possa ou pretenda proporcionar aos estudantes de filosofia.

A dialética de Platão está distribuída em seus Diálogos de forma complexa, muito exaustiva e, algumas vezes, até obscura. Pelo fato de o presente trabalho não se tratar de uma vasta obra sobre o assunto, optamos por delimitá-lo aos Diálogos Banquete, Fédon, República, Sofista e, em menor escala ao Fedro. São exatamente cinco Diálogos do chamado grupo Diálogos dialéticos, importantes pelas suas abordagens ontológica, dialética, epistemológica e também metafísica.

O enfoque maior, no entanto, está na República e no Sofista, nos quais aparece algumas vezes o próprio termo “dialética” como uma espécie de método exclusivo ou, mesmo, como um monopólio platônico. Contudo, o trabalho procura seguir um paradigma  epistemológico de reflexão, ainda que proceda também um estudo comparativo sobre a própria dialética platônica. Em outros termos, poderíamos dizer que o trabalho está dividido em dois distintos modos de abordagens: um exercício de reflexão propriamente dito em torno de questões apresentadas por Platão e o outro, uma dissecação do próprio texto platônico com o simples intuito de pôr às claras a sua dialética. Tal procedimento se dá exatamente pelo fato de que boa parte do trabalho é produto da nossa dissertação de mestrado. Na verdade, toda a obra está organizada de forma objetiva e acadêmica.

 
 

Prefácio

Lutecildo Fanticelli

Os mais de dois mil anos que nos separam da época em que viveu Platão não foram capazes de tornar a sua filosofia superada ou mesmo esquecida. Ao contrário, Platão permanece muitíssimo atual através de suas autênticas reflexões epistemológicas. Além do Teeteto, outros dos seus Diálogos também são bastante férteis no campo da epistemologia. Naqueles que aqui analisamos percebemos uma preocupação constante do seu autor com a preservação do espírito racional helênico. As obras platônicas, conforme veremos, apresentam, muitas vezes, alguns desafios e também algumas inovações quanto às abordagens vigentes.

 Em alguns Diálogos encontramos o ataque à sofística, nos quais Platão expõe a pessoa de Sócrates sempre como o inquiridor equilibrado e descontraído com a reflexão filosófica. Contudo, ele próprio, ao que parece, percebe a fragilidade da sua dialética, método este que ele contrapõe à sofistica e à erística. A batalha platônica contra os sofistas não foi, com efeito, vencida com muita facilidade. A dialética apresenta seus pontos muito vulneráveis e, em determinado momento, ela própria possui, por assim dizer, forte analogia com a sofística. Aliás, conforme a história da filosofia nos mostra, não foi à toa que o próprio Sócrates foi também confundido com os sofistas.

Uma maneira segura de se distinguir esses dois modos de pensamentos, isto é, a dialética e a sofística, é, sem dúvida, realizando uma investigação epistemológica da própria dialética platônica. O presente trabalho trata-se, nesse caso, de um estudo sobre a epistemologia platônica, embora não esquadrinhe a sofística e, sim, a dialética. Analogamente, não se trata de uma pesquisa de abordagem dialética da filosofia, mas  epistemológica. Em outros termos, trata-se de uma investigação da dialética platônica sob uma abordagem analítica.

O leitor atento e sensato da epistemologia platônica, ao concluir a leitura de alguns Diálogos, tende, certamente, a perceber que o embate dialético empreendido deixa alguns indícios de fragilidade. Algumas vezes, é possível perceber na dialética uma forte analogia com a própria sofística, ou seja, com o seu próprio alvo de ataque. Foi, a princípio, essa questão da sua fragilidade que nos motivou a editar o presente livro. É que Platão, enquanto destemido paladino da razão, fá-lo exercitando a sua dialética como uma espécie de arma poderosa.

O leitor atento também acaba por perceber que, ao defender a razão reflexiva, Platão quase sempre ataca a sofística. Aliás, despende muito tempo em refletir sobre algumas colocações sofísticas para depois refutá-las. Na própria República,obra-prima de Platão, é possível perceber certas fragilidades do método dialético.

O presente trabalho, é bom lembrar, trata-se da nossa dissertação de mestrado, porém  adaptada à forma de livro. Após alguns remanejamentos de capítulos e algumas alterações no próprio título, concluímos com a presente versão. Preocupamo-nos em apresentar um trabalho o mais acessível possível, ainda que entendamos que ele seja destinado a um público profissional da filosofia. Contudo, não seria em função disso que deveríamos negligenciar a questão da clareza do texto.

A dialética já é, com efeito, obscura e ambígua por sua própria natureza, portanto, cabe aos escritores da filosofia torná-la mais acessível a seu público. Compreendemos, de igual modo, que o público leitor de filosofia, sobretudo da epistemologia, seja, de fato, um público reduzido de pessoas. A filosofia, já percebia Platão, não é uma profissão ou uma opção de vida de um grande número de pessoas. Neste caso, um escritor de filosofia suficientemente maduro não irá esperar que seus livros venham a ser vendidos aos milhares, ou que sejam editados por mera vaidade. Eles devem ser editados para serem lidos, aliás, todo e qualquer livro deve ter o objetivo de ser lido. Entretanto, é bem fácil de se entender que um livro de filosofia dificilmente consegue tornar-se um best seller, ou mesmo reverter em grandes lucros financeiros ao seu autor ou à respectiva editora. O bom livro acadêmico, com efeito, não deve ser confundido com um livro vulgar.

O que pretendemos, como todo autor bem intencionado pretende, é que esta obra venha a ser útil aos estudantes de filosofia; que ela não  fique  nas prateleiras das livrarias e, muito menos, permaneça por longo tempo sem ser lida por qualquer pessoa.
O fato de possuirmos uma produção filosófica de Platão tão escassa em língua portuguesa impele-nos a procurar preencher pelo menos um pouco desse vazio. Em outros termos, o oportunismo, por assim dizer, poderia aqui ser considerado uma iniciativa muitíssimo sábia. O que ainda não possuímos em vernáculo sobre alguns importantes Diálogos platônicos poderia, sem dúvida, ser preenchido por nós brasileiros que amamos a cultura e a filosofia clássica. Existem muitas pesquisas de excelente qualidade, mas  que acabam desconhecidas pelos acadêmicos pelo fato de não serem publicadas. Enfim, somos os herdeiros dos antigos gregos e cabe a nós dar continuidade ao pensamento humano à maneira que eles tão sublimemente fizeram.

 

 
 

Sumário

Prefácio / 13

Introdução / 17

CAPÍTULO I

A DIALÉTICA EM PLATÃO / 23

Noções gerais da dialética em Platão / 25
A dialética e a mística: a abordagem do Fedro e do Fédon / 30
A teoria das formas / 33

CAPÍTULO II

OS LIMITES DA DIALÉTICA / 37

A dicotomia do simulacro no Sofista / 39
As dificuldades da dialética platônica e a questão da aporia / 43
Conhecimento, ignorância e opinião / 51
A inusitada e comprometedora concepção da doxa platônica / 56
Platão enuncia o princípio de não contradição / 60
A realidade do disparate, e a possibilidade do impossível / 63
A questão dos contrários no Fédon e a síntese implícita / 67

CAPÍTULO III

A DIALÉTICA NOS LIVROS VI e VII da REPÚBLICA / 79

Os símiles do Sol e da Linha Dividida / 81
A concepção de Platão em relação às ciências / 94
A matemática e as outras ciências de prelúdio / 94
Estudos superiores / 102
A alegoria da Caverna / 104
A analogia entre a Linha e a Caverna / 107
A ascensão de acordo com os tipos de desejos / 109

CAPÍTULO IV

A  FORMA  DO  BEM / 113

A forma do Bem descrita na República / 115
A forma do Bem de acordo com as Doutrinas não Escritas / 123
A forma do Bem via o eros dialético / 127

CONSIDERAÇÕES FINAIS / 135

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS / 141

 
 

 

   
   
      


Aceitamos cartões de crédito:


E-mail: sac@meritos.com.br

© Livraria e Editora Méritos Ltda.

Rua do Retiro, 846 - CEP 99074-260
Passo Fundo - RS - Brasil


FRETE GRÁTIS PARA TODO O BRASIL

Tecnologia e proteção de dados:
PAYPAL - eBay Inc.
PAGSEGURO - Universo Online S/A