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Partido Comunista do Brasil no Norte do Rio Grande do Sul 1922-1948

Autor: Emerson Lopes Broto
Pág.: 272
Edição: 1ª
Formato: 14x21cm
Idioma: Português
Lançamento: 2011
ISBN: 9788589769907

 
 
 

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Texto de orelha

Alessandro Batistella
Doutorando em História/UFRGS, professor de História/CEM-UPF.

Em seu trabalho, Emerson Brotto realiza uma instigante análise acerca da história do Partido Comunista no Norte do Rio Grande do Sul, entre os anos de 1922-1948. Por meio de uma bem elaborada revisão da literatura que versa sobre a história do PCB no Brasil, o autor estabelece um profícuo diálogo entre os níveis nacional e regional, revelando a história de um partido que foi obrigado a viver durante a maior parte da sua história na clandestinidade, cujos militantes foram estigmatizados, “demonizados” e até mesmo “caçados” pelo Dops e outros órgãos de repressão do Estado.

Além de ser uma obra referência acerca da história política do Norte do Rio Grande do Sul, ao longo do presente livro, o leitor poderá encontrar um pouco da história de militantes como Albertina Rosado, João Roma, Eduardo Barreiro, Ernesto Delvaux, João Junqueira Rocha, entre outros que acreditavam ser possível construir uma sociedade melhor através de suas ideologias e que, apesar das perseguições, privações e desilusões momentâneas, lutaram arduamente para isso.

Texto de contracapa

José Ernani de Almeida
Bacharel em Direito e historiador

Vivemos numa época onde o individualismo é valor absoluto e o sucesso é buscado a qualquer preço, ambos instigados por uma forma de vida determinada por insegurança e violência, institucionalizadas pela volatilidade do mercado. As ideologias, sob a ação das tecnologias virtuais, fazem o elogio do simulacro. O modelo social e político predominante só ajuda os bancos, não resgata milhões de pessoas da desesperança, em função do desemprego e da educação irrelevante. As políticas antissociais transformam comunidades em campos de raiva, anomia e revolta. Cristaliza-se, o que Ortega y Gasset denunciava há 70 anos, numa perspectiva aristocrática: o advento de uma nova época, caracterizada pela hegemonia do homem-massa. O capitalismo, conforme Adorno, numa perspectiva de esquerda, exige o conformismo total e mobiliza, para isso, a indústria cultural, cuja função é induzir à uniformização das consciências. O aconselhamento político está mais a cargo da competência marqueteira do que da intelectual. A existência de uma natureza humana comum a todos é negada, alguns invocando Marx: “ a natureza humana é apenas o conjunto das relações sociais”.

Mas houve um tempo de utopias, e é sobre ele que Emerson Brotto produziu um trabalho profundo, qualificado e de fôlego, resgatando a história de pessoas que tiveram suas vidas marcadas por ideais verdadeiros (despidos de quaisquer outros propósitos): solidariedade, paz e autodeterminação entre os povos. Lutaram por aquilo em que acreditavam, em torno das propostas do Partido Comunista do Brasil. Foram verdadeiros “cavaleiros da esperança” nas plagas do Norte do Rio Grande do Sul.
Não fosse esta obra, importantes personagens da história estariam fadados ao limbo da memória. Albertina Rosado, Barreiro, Cony, Roma, Ernesto Delvaux, Walter Graeff e Silveira, por exemplo, deixaram um legado precioso para as novas gerações. Foram pessoas que estiveram à frente do seu tempo, sofreram restrições e foram alvo de desconfianças e arbítrio.

Como ensina Hobsbwan, o passado é uma dimensão permanente da consciência humana, componente inevitável de instituições, valores e outros padrões da sociedade humana. A história, como inspiração de ideologias, tem uma tendência embutida de tornar-se mito de autojustificação. Não existe venda para os olhos mais perigosa que esta, como demonstram as histórias das nações e dos nacionalismos modernos. Cabe ao historiador remover essas vendas.

Prefácio

O movimento de renovação da história política foi acompanhado de um interesse especial pelos estudos sobre as esquerdas, o que pode ser atestado pelo número crescente de teses e dissertações que têm privilegiado a investigação sobre o pensamento e as estratégias das esquerdas no cômputo da história do Brasil.

Mesmo que vencidas em suas diversas tentativas de confrontar a ordem vigente, a investigação sobre o percurso das esquerdas desvela uma face significativa para a compreensão das instituições políticas e do perfil da sociedade brasileira. Este é o caso deste livro que constitui importante contribuição ao estudo da história política do país, no geral, e, em particular, que repõe no âmbito local a trajetória das esquerdas no período que se estende de 1922 a 1948.

Emergindo no cenário partidário na década de 1920, o Partido Comunista do Brasil (PCB) configurou um importante ator político presente nos acontecimentos que marcaram a história do Brasil no período em tela merecendo, portanto, uma abordagem de pesquisa exclusiva para inserir este partido na conjuntura internacional e nacional que lhe moldou o perfil histórico no recorte regional.

Com um atento levantamento historiográfico, Emerson Lopes Brotto recuperou fatos tais como a Revolução Russa de 1917 e os movimentos operários nos países vizinhos Uruguai e Argentina e atestou que as idéias ali presentes ultrapassaram as fronteiras e contaminaram a organização dos comunistas no Rio Grande do Sul.

Atenção especial foi destinada à discussão que relaciona história e imprensa. Fonte de pesquisa deste trabalho, os jornais O Nacional e Diário da Manhã serviram como suporte à recuperação da memória das atividades da esquerda. O problemático acesso à documentação primária foi satisfatoriamente suprido pelo documento jornalístico que possibilitou recompor os passos dados pelo PCB no norte gaúcho.

A abordagem da atuação da ANL na região também constitui capítulo significativo na consolidação da esquerda local. Embora de duração efêmera, a ANL revelou importantes lideranças esquerdistas locais que fundaram um Diretório que empolgou a cena política. A pesquisa, no entanto, aponta que os líderes aliancistas locais faziam questão de afirmar que a causa da ANL era a democracia e não o comunismo: " a ANL não é contra Deus, contra a religião ou contra a pátria, como assoalham os seus adversários, que não encontram outro argumento para combater de frente os justos ideais da ANL".

O fechamento da ANL em julho de 1935 e a derrota dos movimentos reunidos na Intentona Comunista representaram um retrocesso para a organização do PCB. O golpe de 1937 e a perseguição política deflagrada no Estado Novo provocou, como define o autor, o " desaparecimento" do PCB.

Revelando domínio nas discussões historiográficas que embasam os estudos sobre as esquerdas, o texto aponta de forma atenta a repercussão, no cenário regional, das coordenadas nacionais e internacionais que moldaram o perfil do PCB. Por outro lado, a pesquisa empreendida pelo autor no nível local salienta particularidades locais, tais como o caso de Albertina Rosado, " que nunca teve medo e tinha orgulho de ser comunista".

As páginas deste livro que tenho a satisfação de apresentar, contêm para além de um relato do PCB no período 1922-48. O texto é revelador e provocativo no sentido de fazer o leitor refletir sobre aquela sociedade na qual os comunistas estavam inseridos, agiam e eram julgados. E esta é a tarefa precípua do historiador: revelar as forças profundas que movem os acontecimentos.

O comprometimento com uma cuidadosa pesquisa em fontes primárias; a inserção dos debates historiográficos mais amplos sobre o comunismo no Brasil e no mundo; o texto primoroso e o indiscutível feeling de historiador demonstrado página a página pelo autor fazem desta obra, definitivamente, uma contribuição de grande significado para os estudos históricos. Dito de forma: "um tijolo imprescindível na construção do muro da História".

Prof. Dra. Ana Luiza Setti Reckziegel
Universidade de Passo Fundo,
inverno de 2011

Sumário

Prefácio
Ana Luiza Setti Reckziegel   /  11
Introdução  /  17
1.  O PCB no interregno dos anos 20/30 do Século XX –
Da concepção à maturidade: um parto inacabado  /  31

1.1. Conjuntura e classes sociais  /  38
1.2. Movimento operário  /  47
1.3. Prelúdio de um parto  /  55
1.4. O PCB em meio ao “tenentismo”  /  73
1.5. A Revolução de 30  /  79
1.6. Intelectuais orgânicos  /  87

1.6.1. O obreirismo  /  97

2.  Na legalidade da Liga Eleitoral Proletária ao PCB –
A construção discursiva de uma memória negativizada  /  107

2.1. Jornalismo e “história” do PCB  /  108
2.2. PCB – representação e imprensa  /  112
2.3. PCB e a Aliança Nacional Libertadora (ANL)  /  122
2.4. A ANL em Passo Fundo e sua precursora: a Liga Eleitoral Proletária
(LEP):  /  133
2.5. A legalidade e a memória que a precede  /  146
2.6. A questão da democracia  /  150

2.6.1. Redemocratização de 1945-1946  /  154
2.6.2. A legalização e a legitimação popular, ou vice-versa  /  160

3.  PCB – Da ilegalidade à sobrevivência - 1945/1948  /  171

3.1. A cassação e a apatia  /  177
3.2. A imprensa e o anticomunismo  /  195

3.2.1. O tenente Gonçalino Curio de Carvalho – o anticomunismo
fardado  /  201
3.2.2. O anticomunismo em Passo Fundo e arredores  /  206

3.3. Inimigos do Brasil  /  217
3.4. Prelúdios da cassação em Passo Fundo e no Estado  /  221
3.5. A ausência do PC da disputa eleitoral  /  229
3.6. Os comunistas de Passo Fundo no testemunho dos que com eles
conviveram  /  232

3.6.1. Quem foi Albertina?  /  233
3.6.2. Outras presenças marcantes de militância comunista  /  243

Considerações finais  /  251
Referências  /  263

 
 

 

   
   
      


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